Rui Barbosa de Oliveira, político e jurisconsulto, nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de novembro de 1849.
Rui Barbosa bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870. No início da carreira, na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Depois, seria político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência de Paz de Haia (1907), em que defendeu a teoria brasileira de igualdade entre as nações.Em 1891 é nomeado Primeiro Vice-Chefe do Governo Provisório. Em 1892 abandona a bancada do Senado, depois de feita a justificativa em discurso. Dias mais tarde lança um manifesto à nação no qual diz a famosa frase: "Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque fora da lei não há salvação. Eu ouso dizer que este é o programa da República". Em 23 de abril do mesmo ano sobe as escadarias do Supremo Tribunal Federal, sob ameaça de morte, para defender, como patrono voluntário, o habeas corpus dos desterrados de Cucui.
Nos cinqüenta e quatro anos de sua ação pública como político e doutrinador, empregou a sua eficientíssima capacidade no estudo dos mais importantes problemas que interessavam ao Brasil.
Desde o seu primeiro discurso em São Paulo, aos 19 anos, "em defesa do escravo contra o senhor", revelou-se estrénuo abolicionista.
Advogado sem par, jornalista perfeito, deputado, membro do Governo Provisório e seu vice-chefe, senador durante a República, embaixador do Brasil, na Conferência de Haia, membro da Academia Brasileira de Letras, de que foi presidente, polemista invicto, legislador e orador dos maiores que se conhecem e impertérrito e constante defensor da liberdade e da justiça, Rui resume em seu nome as vibrações mais fortes e mais altas da nossa mentalidade.
Vida política
Deputado Provincial - 1878
Deputado Geral - 1878 a 1881
Deputado Geral - 1882 a 1884
Senador - 1890 a 1892
Senador - 1892 a 1897
Senador - 1897 a 1906
Senador - 1906 a 1915
Senador - 1915 a 1921
Principais obras
Visita à Terra Natal;
Figuras Brasileiras;
Contra o Militarismo;
Correspondencia de Ruy;
Mocidade e Estilo;
Castro Alves: Elogio do Poeta pelos Escravos, 1881;
O Papa e o Concílio, 1877;
O Anno Político de 1887;
Relatório do Ministro da Fazenda, 1891;
Finanças e Políticas da República: Discursos e Escritos,1893;
Os Atos Inconstitucionais do Congresso e do Executivo ante a Justiça Federal, 1893;
Cartas de Inglaterra, 1896;
Anistia Inversa: Caso de Teratologia Jurídica, 1896;
Posse dos Direitos Pessoais, 1900;
O Código Civil Brasileiro, 1904;
Discurso, 1904;
O Acre Septentrional, 1906;
Actes et discours. La Haye: W.P. van Stockum et Fils, 1907;
O Brasil e as Nações Latino Americanas na Haia, 1908;
O Direito do Amazonas ao Acre Septentrional, 1910;
Excursão Eleitoral aos Estados da Bahia e Minas Gerais: Manifestos à Nação, 1910;
Plataforma, 1910;
Ruy Barbosa na Bahia, 1910;
O Dever do Advogado, 1911;
O Sr. Ruy Barbosa, no Senado, responde às insinuações do Sr. Pinheiro Machado, 1915;
Problemas de Direito Internacional. Londres: Jas.Trucott&Son, 1916;
Conferência. Londres: Eyre and Spottiswoode Ltda, 1917;
Oswaldo Cruz, 1917;
Oração aos Moços, 1920.
Obras: Alexandre Herculano, discurso (1877); Castro Alves, discurso (1881); Reforma do ensino secundário e superior, pareceres (1882); O Marquês de Pombal, discurso (1882); Reforma do ensino primário, pareceres (1883); Swift, ensaio (1887); Cartas da Inglaterra, ensaios (1896); Parecer e Réplica acerca da redação do Código Civil, filologia (1904); Discursos e conferências (1907); Anatole France, discurso (1909); Páginas literárias, ensaios (1918); Cartas políticas e literárias, epístolas (1919); Oração aos moços, discurso (1920); editado em livro em 1921); Queda do Império, história, 2 vols. (1921); Orações do Apóstolo, discursos (1923); Obras completas, organizadas pela Casa de Rui Barbosa, 125 vols.
Em 1921 renuncia à cadeira de Senador de "coração enjoado da política". Jubileu político ao lado dos moços doutorandos de São Paulo. A Bahia, que ele chamou de "mãe idolatrada", reelege-o senador novamente, e ele diz: "É um ato de obediência, em que abdico da minha liberdade, para me submeter às exigências do meu Estado natal". Recusa o cargo de Juiz Permanente na Corte de Haia (ocupado posteriormente por Epitácio Pessoa). Ainda no mesmo ano, recusa projeto do senador Felix Pacheco para que fosse concedido a Ruy um prêmio nacional em dinheiro, dizendo: "A consciência me atesta não estar eu na altura de galardão tão excepcional".
Em julho de 1922 sucumbe a um grave edema pulmonar, com iminência de morte. Meses depois, em fevereiro de 1923, sofre paralisia bulbar. Ruy diz a seu médico: "Doutor, não há mais nada a fazer". Ao 1 de março de 1923 falece em Petrópolis, à tarde, tendo como últimas palavras: "Deus tende compaixão de meus padecimentos".