sábado, 16 de julho de 2011

Alberto Santos Dumont



Alberto Santos-Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 no sítio Cabangu, no local que viria a ser o município de Palmira (hoje rebatizado em honra a ele), então um distrito de Barbacena, em Minas Gerais. Filho de Henrique Dumont, de ascendência francesa e engenheiro de obras públicas, e de Francisca Santos-Dumont, filha de uma tradicional família portuguesa.

Com Alberto ainda pequeno a família se mudou para Valença (atual município de Rio das Flores) e passou a se dedicar ao café. Em seguida seu pai comprou a Fazenda Andreúva a cerca de 20 km de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ali, o pai de Alberto logo percebeu o fascínio do filho pelas máquinas da fazenda e direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a eletricidade.

Em 1891, Alberto, então com 18 anos e emancipado, foi para a França completar os estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar em Paris, admirou-se com os motores de combustão que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e comprou um para si. Logo Santos-Dumont estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis em Paris.

Com a morte do pai, um ano depois, o jovem Santos-Dumont sofreu um grande abalo emocional, mas continuou os estudos na Cidade-Luz. Em 1897 fez seu primeiro vôo num balão alugado. Um ano depois, subia ao céu no balão Brasil, construído por ele. Mas procurava a solução para o problema da dirigibilidade e propulsão dos balões. Projetou então o seu número 1, com forma de charuto, com hidrogênio e motor a gasolina.


As invenções de Santos Dumont

Balão a gás de pequeno porte que revolucionou a construção de
aeróstatos. Foi batizado de Brasil, em homenagem à terra Natal de
Dumont
• Dirigível: ao colocar um motor movido a petróleo num balão a gás,
Dumont inventou o primeiro dirigível. O modelo nº 9 foi o primeiro a dar a
volta da torre Eifel.
• O avião: o 14 Bis foi a primeira aeronave mais pesada que o ar a
levantar vôo por seus próprios meios
• O precursor do ultraleve: o Demoiselle 20, um avião menor, mais
rápido e com maior possibilidade controle que o 14 Bis, foi o último
invento aeronáutico de Dumont. E o primeiro ultraleve da história. Tinha
115 kg, envergadura de 5,50m e comprimento de de 5,55m.
• O relógio de pulso: Dumont pediu ao amigo Cartier que transformasse
o relógio de bolso em relógio de pulso, colocando alças no lugar da
corrente, de modo que ele pudesse controlar facilmente o tempo que
passava no ar.
• Hangar com portas de correr: em 1900, para fechar o galpão onde
montava suas invenções, Dumont colocou portas que corriam sobre
rolamentos. O primeiro hangar do mundo tinha 11 metros de altura, 7
metros de largura e 30 metros de extensão





Primeiro Vôo
No dia 20 de setembro de 1898 realizou o primeiro vôo de um balão com propulsão própria. No ano seguinte voou com os dirigíveis número 2 e número 3. O sucesso de Santos-Dumont chamou a atenção do milionário Henry Deutsch de la Muerte que no dia 24 de março de 1900 ofereceu um prêmio de cem mil francos a quem partisse de Saint Cloud, contornasse a torre Eiffel e retornasse ao ponto de partida em 30 minutos.

Santos-Dumont fez experiências com os números 4 e 5. Em 19 de outubro de 1901 cruzou a linha de chegada com o número 6, mas houve uma polêmica graças a um atraso de 29 segundos. Em 4 de novembro o Aeroclube da França declarou-o vencedor. Além do Prêmio Deutsch recebeu do presidente Campos Salles outro prêmio no mesmo valor e uma medalha de ouro.

Em 1902 o príncipe de Mônaco, Alberto 1º, ofereceu um hangar para ele fazer suas experiências no principado. Santos-Dumont continuou construindo seus dirigíveis. O numero 11 foi um bimotor com asas e o numero 12 parecia um helicóptero. Em 1906 foi instituída a Taça Archdeacon para um vôo mínimo de 25 metros com um aparelho mais pesado que o ar, com propulsão própria. O Aeroclube da França lançou o desafio para um vôo de 100 metros.


Últimos dias 
Depois do histórico vôo com o 14 Bis, em 1906, Santos Dumont entrou num período de depressão. O sucesso com os aeroplanos parecia não mais animá-lo. Ele acusava os amigos de o terem abandonado, lamuriava-se de seu físico diminuto – fato que o ajudou na aeronáutica – e dizia a todos que estava sem dinheiro. Ninguém acreditava, mas, para animá-lo, aconselhavam-no a patentear seus inventos. Proposta imediatamente recusada. Eram seus presentes para a humanidade, dizia. “Prefiro terminar num asilo de pobres a cobrar o privilégio de copiar meus experimentos aéreos.”
Em 4 de janeiro de 1910, sofreu um acidente sério com o Demoiselle, seu avião de uso pessoal. Foi a última vez que pilotou uma aeronave. Sua saúde piorou. Passou a ter visão dupla e fortes crises de vertigem. Alguns médicos diagnosticaram que Santos Dumont, aos 36 anos, sofria de esclerose múltipla. Outros atribuíram os sintomas a problemas psíquicos.
Em 1914, quando a Alemanha declarou guerra à França, o brasileiro decidiu colocar-se a serviço de seu país adotivo. Mas os militares franceses chegaram até ele primeiro. Os vizinhos o haviam denunciado, pois pensavam que o tímido estrangeiro que observava o mar com um telescópio de fabricação alemã era um espião do kaiser. A polícia revirou sua casa e, após verificar o equívoco, pediu desculpas. Mas Santos Dumont não perdoou a suspeita de ser um traidor. Numa explosão de raiva, jogou todos seus documentos aeronáuticos, os desenhos e as cartas de congratulações no fogo.
O aviador passou a maior parte dos anos da guerra no Brasil. Projetou em Petrópolis (RJ) uma casa de arquitetura bastante avançada para a época, chamada de “Encantada”. Mas Santos Dumont nunca parou por muito tempo num só lugar. Revezava-se entre Petrópolis e clínicas de repouso na França e na Suíça. Num de seus retornos ao Brasil, em 1928, um hidroavião batizado com seu nome explodiu enquanto voava para saudar a sua chegada na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. As 12 pessoas a bordo morreram no acidente, visto de perto por Santos Dumont, que observava tudo de pé no convés.
O episódio só agravou a saúde mental do aviador. Oito anos antes, ele já havia ajudado os coveiros a cavar a própria sepultura, insistindo em remover ele mesmo toda a sujeira. Depois, transferiu os restos mortais de seus pais para o túmulo, deixando um espaço vago entre eles para seu próprio cadáver.
Em 1931, um sobrinho chamado Jorge retirou-o de uma casa de repouso na Europa e trouxe-o de volta ao Brasil. No ano seguinte, irrompeu a Revolução Constitucionalista, que colocou paulistas e as tropas federais em campos opostos. Os médicos sugeriram que Santos Dumont deixasse a cidade de São Paulo e fosse morar num lugar mais tranqüilo. Jorge o levou para um hotel no Guarujá (litoral paulista). Todas as manhãs, acordava mais cedo e escondia os jornais na tentativa de ocultar do tio doente as notícias do conflito. No dia 23 de julho de 1932, os dois estavam no saguão quando escutaram um avião bombardear um alvo próximo. O aviador mandou o sobrinho levar um recado e tomou o elevador de volta ao quarto. Testemunhas dizem que ainda o ouviram falar: “Nunca pensei que minha invenção fosse causar derramamento de sangue entre irmãos”.
Jorge, que sempre temia deixar o tio sozinho, voltou para o quarto e o encontrou pendurado com o pescoço amarrado a duas gravatas presas ao gancho da porta do banheiro. Santos Dumont, aos 59 anos de idade, estava morto.




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